A Aldeia Gamir, onde a ideia e iniciativa se inicia é composta por cerca de 65 famílias, aproximadamente 300 pessoas, uma das 38 aldeias distribuídas ao longo da Terra Indígena. Cada aldeia varia em tamanho, sendo a maior a Aldeia Gamir.
A aldeira é liderada pelo Cacique Uraan Anderson Suruí, é reconhecida por sua conexão profunda com a terra e o meio ambiente, e atualmente, aliando a tecnologia e finanças para fortalecer e desenvolver projetos inovadores nesse ecossistema. O seu povo, Paiter, cujo nome significa “gente de verdade” em sua língua nativa, é um povo indígena que habita a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, no Brasil. Este território abrange aproximadamente 248 mil hectares de floresta amazônica.
O termo “Agab’e” na língua Paiter-Suruí (Tupí Mondé) significa “amanhecer” ou “um novo ciclo”, e este projeto é exatamente isso: uma iniciativa inovadora que combina tecnologia, preservação ambiental e fortalecimento cultural. Assim foi criado o projeto Agabe! Que é o primeiro ecossistema completo para a tokenização indígena do Brasil, unindo tecnologia de ponta e inovação cultural.
Ele será a base para a criação de uma infraestrutura robusta de tokenização com Blockchain, com foco inicial na estruturação tecnológica e segurança, utilizando a tecnologia de ponta para criação das Walletse para acesso ao mercado DEX e assim garantir uma simples usabilidade, confiabilidade e proteção.
Com essa base sólida, o Agabe avançará para a comercialização de produtos tokenizados do tipo Phygital (físicos e digitais) e ativos do mundo real (RWA), promovendo conexões entre as aldeias e mercados globais.
A proposta visa também a criação de uma moeda social indígena tokenizada e uma DAO, capaz de transformar o modelo econômico local. Essa moeda permitirá que os recursos circulem dentro da comunidade, promovendo a economia local, fortalecendo pequenos negócios e serviços, além de garantir que a riqueza gerada permaneça dentro da Treasury (Tesouraria) da comunidade.
Por meio da tokenização, a comunidade terá acesso a investimentos nacionais e internacionais, ampliando as possibilidades de financiamento para projetos sustentáveis e assegurando transparência e segurança nas transações.
O projeto Agabe é uma iniciativa que ultrapassa fronteiras. Ele simboliza a união entre o conhecimento ancestral e a inovação tecnológica global, promovendo a preservação cultural e ambiental, ao mesmo tempo em que estabelece uma base sólida. Onde essa estrutura poderá servir de modelo para outras comunidades, criando novas oportunidades econômicas por meio da tokenização.
No coração do Agabe está uma mensagem clara: É possível construir um futuro sustentável que respeite a terra, a cultura e o potencial das comunidades indígenas.
✨ Esse é o amanhecer de um novo ciclo, não apenas para a aldeia Garmir dos Paiter-Suruí, mas para todos que acreditam em um futuro mais justo, inclusivo e conectado.
Somos o povo Paiter-Suruí, que se autodenomina Paiter “nós mesmos” ou “gente de verdade” e habitamos a Terra Indígena Sete de Setembro, uma área de aproximadamente 247.870 hectares na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso, banhada pelos rios Sete de Setembro, Fortuninha e Branco.
Nossa população atual é de cerca de 1.300 a 1.500 pessoas distribuídas em 25 a 30 aldeias, embora antes do primeiro contato, por volta de 1969, fôssemos mais de cinco mil. O contato com o mundo não indígena resultou em epidemias e redução drástica do nosso povo, mas desde os anos 1990 temos vivenciado um gradual crescimento demográfico.
Falamos a língua suruí-paiter, da família Mondé (tronco Tupi), que é nossa língua materna e essencial para a preservação da nossa cultura.
Nossa sociedade se estrutura em quatro clãs patrilineares — Gameb, Gamir, Makor e Kaban — e nossas práticas produtivas, rituais e festividades são guiadas pela lógica de "metade da mata, metade da roça". Essa dualidade simboliza a alternância entre floresta e cultivo, caça e roça, trabalho e celebração, e organiza nosso calendário anual com profundidade simbólica.
Vivemos em constante resistência e inovação. Somos referência em iniciativas como o Projeto Carbono Suruí, que monitora florestas e comercializa créditos de carbono, e o Mapa Cultural Paiter, desenvolvido em colaboração com o Google Earth para mapear nossos lugares sagrados e ecológicos.
Cultura, cosmologia e modos de vida tradicional permanecem vivos em nossas danças, cantos, rituais como o Mapimaí, e mitos que explicam a origem do mundo para as novas gerações. Ao mesmo tempo, enfrentamos ameaças significativas, como o avanço do garimpo e da exploração ilegal de madeira em nosso território, que põem em risco nossa saúde, nossos modos de subsistência e nossa floresta.
Nossa visão é clara: viver de forma sustentável na Amazônia, fortalecendo nossa governança local, preservando nossa autonomia e reconectando nossos saberes ancestrais ao mundo moderno — mantendo viva a floresta que nos mantém vivos.
O Agabe é mais do que uma tecnologia, ele representa um caminho de soberania, inclusão e descentralização reais, trazendo benefícios diretos para as comunidades locais: possibilita autonomia econômica sem intermediários, amplia a inclusão social ao oferecer acesso às finanças digitais para povos indígenas, agricultores e periferias, fortalece a cultura ao unir inovação e saberes ancestrais com uma infraestrutura verdadeiramente descentralizada.
Veja como a Agabe conecta inovação tecnológica à sabedoria ancestral.
Um legado de sabedoria, identidade e preservação. História viva dos povos indígenas na Amazônia, força, resistência, cultura e esperança.
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